Tinha um buraco. No dia anterior não tinha, no dia anterior estava inteiro, mas agora tinha um buraco. Não que estivesse furado, transbordando ou sobrando alguma coisa, nem que estivesse vazando e desperdiçando, simplesmente acordou assim com um orifício. Daí a saber que se tem um buraco é uma coisa, saber o que fazer com o buraco é outra, e o que se pode fazer com um buraco? E sobre isso jamais foi pensado e portanto nada jamais concluído, mas a certeza a partir daquele dia passou a existir: tinha-se um buraco, e nada mudaria a não ser uma pontinha que dizia que tudo aquilo começara no dia anterior.
Nenhum comentário:
Postar um comentário