18 junho 2013

Passeata dos 100 mil - Rio de Janeiro





Fim de Tarde no Rio de Janeiro. 100 mil pessoas na rua segundo a UFRJ, a maioria de branco. A polícia que não sabe contar falou que tinha 15 mil. De um lado um grupo de pessoas cada vez maior, meio bagunçado, pintado, caótico, sorrindo, brincando, levantando cartazes e palavras de ordem. Estavam entre amigos, eram todos cidadãos lutando por um país. Dos prédios, advogados, advogadas, senhores e senhoras jogavam papel picado, piscavam as luzes e balançavam camisas, panos e bandeiras brancas. O povo marchava e gritava “Vem pra rua! Vem pra rua!”
Do outro lado de tudo isso, uns caras fardados, poucos, parados, longe, meio constrangidos por estarem ali cumprindo ordens estranhas, um tanto quanto abstratas. Pareciam perfilados demais, cartesianos demais, até mais frágeis que os manifestantes.
E éramos 100 mil. Isso é gente demais! Fechamos a Av. Rio Branco, a Presidente Antônio Carlos, a Primeiro de Março, a Candelária, a Cinelândia, a Praça XV. Nas escadarias do Theatro Municipal uma bandeira do Brasil gigante. Tudo repleto, parecia um carnaval, mas um carnaval diferente, da mudança, como se de repente descobríssemos nosso lugar do mundo e tudo ficasse claro. As pessoas de branco entenderam o recado: lutavam pela felicidade. E assim foi e assim está sendo. A juventude, e não só ela, toda na rua.
Não nos deixemos enganar: onde não havia polícia, não havia problema, não havia bagunça! E o resto era só paz, era só amor e a sensação de que o Brasil está mudando!

Postado originalmente para a cobertura do evento da Literatortura

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