05 novembro 2006

Cézanne - trechos.

“Eu tinha decidido trabalhar em silêncio até o dia em que seria capaz de sustentar teoricamente minhas tentativas.”
Paul Cézzane



VIDA.


É recusado, em 1866, 1869, 1870 e 1871 no Salão, envia, por sua vez uma carta de protesto ao diretor das Belas-Artes, aproximadamente a época em que conhece Manet que elogia suas naturezas mortas. Em 1872, instala-se com a família em Auvers-sur-Oise, onde pinta quadros com Pissarro. Logo, em 1873 pinta na casa do doutor Gachet. Trava conhecimento com o negociante de tintas Julien Tanguy que troca material de pintura pelos seus quadros. Encontra Van Gogh na casa Tanguy. Tem sua primeira exposição coletiva, em 1874, dos impressionistas, na já citada do fotógrafo Nadar. Os quadros de Cézanne fazem escândalo (A Casa do Enforcado em Auvers, Uma Olímpio Moderna). Participa, em 1877, na terceira exposição impressionista com 16 quadros e suscita ainda uma vez mais violentas críticas.

Em 1885 é outra vez recusado no Salão e decide não enviar mais obras para lá. Ruptura com Zola após a publicação do romance L’Oeuvre que descreve a vida de um artista falhado. A National galerie de Berlim compra um quadro de Cézanne. É a sua primeira tela num museu.

OBRA.


Ora, os expressionistas buscavam representar o mundo de forma pessoal, ou expressavam o pessoal amparando-a numa representação do mundo, porém não seria essa busca de comunicação por meio da pintura uma característica do mundo? Do outro lado, os impressionistas, por mais sensíveis que fossem nas suas impressões, não elaborariam na imagem conteúdos pessoais? Ou seja, não seria o “ver” também uma “maneira de ver”?


Cézanne é o centro dessa questão. Ele não aceita essa pintura puramente visual de seus amigos impressionistas, quer ser um mais um literato, porém quer literar na pintura, não levando o tema à pintura, mas construindo essa imagem com os pesados materiais da pintura. Está no meio dessa impressão e dessa expressão. Nessa pintura nada é invenção, tudo é pesquisa.

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