Tenho uma amiga que muito me interessa e muito me dá medo. Fico meses sem a ver, tendo as vezes impulsos de saudade, chegando até a achar de que ele não vive e não sai à rua, mas quando a encontro na rua descubro que ela vive muito mais do que eu.
- Você está morando ainda ali no Valparaíso?
- Que nada, vendi aquela casa faz cinco anos, fui morar no Quitandinha, depois fui pro centro e agora eu morando ali ó...perto daquela farmácia.
Engulo saliva e seco e penso: “caramba.”
E assim vai, ela conta da vida toda dela, dos namorados que arrumou e terminou, um maconheiro, outro publicitário e outro ex seminarista: “todos iguais.” ela diz, e eu vou ficando surpreso de ver como tem gente que parece que vive num tempo que é muito maior que o meu. As vezes acho que estou indo super bem, aproveitando os momentos e fazendo minha vida rodar, ou girar, porque rodar remete a um círculo e girar...putz, também. É nesses momentos que vejo que não encontro a palavra que eu quero, ou melhor não encontro a vida ou as atitudes na vida que eu quero.
Ao invés de tentar fazer minha vida rodar, ou girar, deveria ter feito a minha vida “espiralizar”, ou então simplesmente imitar minha amiga.
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