05 dezembro 2007

não fosse trabalho seria poema

Os espaços não são negados, nem as presenças, nem as torrentes, nem os pensamentos, nem as repetições, nem os hábitos, nem os vícios, nem as mesmas palavras, sendo ditas insistentemente, e se retomando e se repetindo formando novos horizontes e novas expectativas, mantendo tudo incerto e inexato, mas absolutamente coeso, numa coesão tão absoluta que apesar de tudo ainda se diz haver uma unidade. E apesar de tudo isso, ainda se nega uma coisa: o “eu”, essa instância discursiva vazia, só elucidativa quando enunciada. E negar o “eu” e não negar todo o resto é algo determinante.

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