27 outubro 2008
meus personagens
Um dos grandes desafios meus ao escrever é conseguir fazer personagens. Conheço todas as ações e sensações deles, mas acho hipócrita da-los nomes, personalidades, graça, jeitos, fisicalidades ou qualquer outra coisa, porque como pessoa não consigo fazer isso nem comigo mesmo. Muitas vezes me acho alto, como quando converso com uma criança, e sabendo como é ser baixo, me abaixo para conversar com ela, porque não quero passar autoridade, tanto que é comum crianças falarem para as mães que eu sou criança também. Quando bebo me acho um super herói, me acho capaz, fico inteligente, pensamento rápido, perco até uma das coisas que mais me incomoda que é minha fotofobia. Quando estou com meus pais viro exatamente a própria criança de que falei aqui em cima, por isso às vezes sou tão duro com eles, para negar o que é latente em mim. Por essas e outras que é impossível ao escrever criar alguém, porque não existe criação e porque não existem pessoas. Porque além de mim existe todo mundo e existe ninguém (que por acaso são os nomes de dois personagens de Gil Vicente).
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