04 fevereiro 2010
colheita feliz
Uma vez um rei disse que não havia nada novo debaixo do sol. É difícil acreditar que reis digam algo que não seja pelo interesse particular de seu reinado, e portanto, principalmente tendo em vista a manutenção do seu trono Haver coisas novas, então, era ameaçador. Ele vivia, torcia e dizia, como numa religião que nos sete cantos do mundo não havia novidades por debaixo do sol.
É complicado, porque há muito que dizer sobre isso, mas o que mais me chama atenção é que numa frase tão simples e que se repete por aí esteja tão formulado, carimbado, tatuado uma série de idéias, formas de convivência em sociedade que só servem para reiterar problemas e explorações. Assim, há que se ter alguém que diga algo, há quem o repita, há quem o reitere, há quem o siga e principalmente há que o afirme e o transforme em verdade. Há o movimento claro da exploração, inclusive o espaço para que se duvide e discorde, entretanto é exatamente em todo esse equilíbrio entre as forças que não disputam, mas coexistem numa opressão mascarada, que tudo funciona. Isso chega a tal ponto que se houver alguma coisa nova debaixo do sol, esta será automaticamente apontada e ou será incorporada para repetição como um novo velho ou um novo zero, ou será excluída e dizimada. Esse rei que diz que não há novidade é mais um ditador, um imperialista, um facista. E todos que estão debaixo do sol somos nós a trabalhar pelo velho e o sol é o velho deus que nos observa, como quem joga conosco colheita feliz.
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Um comentário:
Eu não vou me matar por ler seu blog; vou matar você.
E esse texto não tem nada com nada.
Ou eu não entendi.
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