24 fevereiro 2010

quando chove

Algumas coisas são matemáticas. Há quem seja cético até quanto a isso, mas não creio. Uma chuva cai exatamente na hora que ela tem que cair, ela se anuncia várias vezes, se emenda, ameaça, chuvisca e para, mas nunca cai nem um segundo mais tarde do que deveria. Tanto que, pegar chuva ou não nada tem a ver com sorte, mas sobretudo com perceber a matemática que há nela e entender que alguma coisa na natureza vence, não há como fugir.
Algumas coisas são sentimentos. Há quem seja cético quanto a isso, mas não creio. Uma chuva cai exatamente para concretizar, materializar algo que está anuviando nossa cabeça. Alguma coisa ainda meio difusa, que apareceu somente como lampejos em nossa cabeça viram fatos com ela. É batata, choveu a gente percebe o que estava querendo entender. Um aniversário que chove, uma tarde que chove, um jogo fatídico de futebol, um fim de romance. A chuva vem sempre nos mostrar aquilo que todos já estão a sentir. Chove por dentro e por fora, mesmo sem lágrimas.
Algumas coisas são racionais. Há quem seja cético até quanto a isso, mas não creio. Uma chuva por exemplo é simplesmente a confluência de nuvens que se carregam em determinado ponto e vão cair numa hora que só a ciência prevê. É a ciência que se antecipa à natureza e a engole, como se a natureza fosse mero objeto e a chuva servisse pra provar a supremacia da razão.
Pra mim, a chuva é só o que cai do céu. Quando chove há festa, por isso se chover a gente dança toró, se fizer sol a gente feito um só.

2 comentários:

Ferreira, Lai disse...

Recebo a chuva com um suspiro na janela.
Estamos todos a chover.
E a dançar.

livmelo disse...

ah, pára *-*