não existem mais palavras extraordinárias
todas são xulas, nulas, bulas, gulas, fulas,
e todas as intenções são más,
nenhuma delas, palavras ou intenções,
tem um fim divino porque o divino fim
é final demais pra ser adivinhado
pelo homem vivo.
o divino é de vinho demais,
dividido demais,
distraído demais,
e no mais, ademais, por detrás
daquilo que faz
a palavra comum, qualquer uma
isopor, televisão, cachorro quente,
bolsa de valores, prego, constituição,
qualquer uma delas serve a coisa nenhuma
serve a não, a nunca, a nada, a niente
a necessidade de ninguém para fim nenhum
e antes que o fim seja final que seja o início
do meio pra se chegar na tentativa da possibilidade
da incerteza da estrada do processo do caminho
e nenhuma palavra é extraordinária mais
só as intenções são grandes
e más.
entre o sentido, o sentindo e o não sentimento
existe o pedacinho do amor do céu
do amor do cão
do amor do ódio que ama amar o amor que odeia
existe a qualidade da não caridade que é o amor ao próximo
vítima da saudade que deveras sente pelo ser
não existem palavras extraordinárias
não existe nada demais
mas existe alguma coisa que eu não sei.
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