nunca fui canhoto,
mas sempre fui meio torto:
fazia um gol e estatelava no chão,
ganhava um beijo e cuspia na moça.
nunca fui canhoto,
mas sempre abria porta errado
e me enrolava na tesoura.
mesmo agora quando escrevo,
sempre que escrevo,
está lá minha mão
inevitavelmente apagando
meu rastro, meu traço, meu gesto...
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