14 janeiro 2008

pois

Como se fosse possível pelo menos uma vez na vida dizer aquilo que não se pensou mais ousou sentir sem mesmo conseguir entender sem palavras, o menino tentou poder dizer para elas o que queria. Não disse, ou ao tentar dizer, sabia que não estava conseguindo e mesmo não olhando pra elas, sabia, e percebeu que sempre saberia, que a qualquer momento que tivesse palavras assim gentis e sinceras pra elas, elas agradeceriam e sorririam, uma vez que elas tinham a certeza de que poucas vezes na vida tal tipo de encontro aconteceria. E ele, acanhado por estar dizendo assim, tão rápido e tão verdadeiro, resolveu por pensar que nelas estava muito do que ele queria, não para si, mas para a vida dele, que na presença delas poderia se concretizar. E nesse vai e vem de pensamentos e nervosismos, ele percebeu que pouco precisaria dizer, ou mais nada, porque se elas gostassem não precisariam nem ler tudo, que na primeira linha estaria dito, não por mim nas palavras, mas no sorriso delas que infelizmente não chegarei a ver.

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