Pedro tinha feito uma longa viagem até o paraíso. Assim que morreu, pegou uma imensa tempestade que o impedira de subir, além de Ter sido atrapalhado por alguns espíritos que vagueavam e pediam informações sobre o caminho do céu. O menino limitava-se a responder sempre a mesma coisa:
-Não sei dizer. Não sou daqui.
Chegando lá em cima, descobriu que o céu não era de nuvens, mas era todo azul-piscina, menos o portal de entrada que era rosa, o que lhe fez dar risadas. Foi recebido por São Pedro.
-Ué, São Pedro, você não tomava conta do tempo?
-Não, meu filho. Alias, sim, ainda cuido. Mas com o decrescente número de santos que vem aqui para cima estamos tendo que nos dividir.
- E eu vou poder entrar no céu?
São Pedro não respondeu, mas o portal logo se abriu, e Pedro pôde perceber que sim. Ficou feliz por ver que era um bom menino, ao contrário do que dizia sua mãe, mandando-lhe sempre comer. Lá dentro foi guiado por São Jorge que mostrou-lhe tudo, apesar de estar sempre preocupado, olhando o relógio e ajeitando sua espada. Finalmente foi deixado em seu aposento, que era um quarto simples, parecido com o seu, e o mais legal era: o céu não tinha cantos, mas tinha parede. Eram finas e serviam apenas para as pessoas se sentirem um pouco vivas, e agüentarem a eternidade. Numa oração perguntou se não veria Deus e no próximo sonho obteve a resposta: "você viu todos os dias de sua vida", desde então resolveu não mais rezar no céu.
Em pouco tempo, estava familiarizado com todos por ali, inclusive com Santo Antônio que tinha sempre uma criança ao colo e tinha cara de pedófilo, mas no fundo, era boa pessoa. Foi encarregado de ser anjinho e tocar harpas para receber os visitantes. Ah, as pessoas que iam para o inferno, visitavam mensalmente o céu, para ver o que perderem sendo maus. Pedro aprendeu no curso de anjo que reencarnação existe só para os que vão para o inferno, eles ficam lá um tempo, pagando os pecados, depois voltam para a terra. "Por isso tem tanta gente ruim por lá", pensou o menino.
Sua sala de aula era uma bagunça, porém a bagunça mais organizada, todos brincavam e conversavam, mas aprendiam. Tudo corria bem, até que entra na turma uma menina: pequena, magra, cabelos encaracolados e ruivos. Pedro não percebeu seus olhos brilhar, mas sentiu o coração palpitar. Tão bela e tão frágil era a menina, que todos a admiravam, Pedro muito mais. Amava-a já e em uma semana não se aguentou e foi falar-lhe:
2 comentários:
Sim, foi falar-lhe o quê?
Quero o resto, cacilda.
E Santo Antônio com cara de pedófilo. Gostei muito xD
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