A história bíblica de Jó, sem meias palavras, é a história de um homem cuja humanidade lhe é tirada para que se teste sua fé, assim deus lhe tira a riqueza, os filhos, a esposa e por fim lhe causa uma doença, uma praga que toma todo seu corpo com feridas. No fim, Jó passa pela provação divina e tudo que tinha lhe é devolvido em dobro para demonstrar a bondade divina.
Se fosse possível exprimir o que essa parábola me passa teria de dizer que é horror, pavor, terror. Não se trata de um teste para fé, se trata de um freak show de destruição de tudo que um ser tem de homem para que ele sinta como deus é poderoso e pode agir na vida dele. Se um deus precisa criar tantas feridas, tantas dores e tantos sofrimentos para demonstrar seu poder e para testar a fé, ele é no mínimo um deus assassino, um deus cruel, que dá maus exemplos, que controla os corpos e não se importa com a sua alma, mas sim com o q você faz em vida. Os amigos de Jó de tanto temerem deus não são capazes de enfrenta-lo, de pensa-lo, de transforma-lo em vida, tudo ao redor desse deus é morte, é sofrimento, só a mulher é capaz de desconfiar disso tudo, de ver que há um plano de dor, não um plano de libertação. Essa é uma parábola que incita o masoquismo, o suícidio, o sofrimento e a eterna necessidade de ser subjugado e o pior de tudo, faz com que aceitemos isso com sorriso no rosto, com esperança, como se um raio de luz nos cruzasse no fim e fizesse que toda dor virasse apenas lembrança, pois um dia, que provavelmente nunca chega, viveremos eternamente ao lado dessa luz que nos guiará e será para sempre nosso lar.
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