15 março 2010
cegueira
Eu estava cego. Pela primeira vez eu estava cego. Andava me apoiando pelos muros, grades e quinas, só dava alguns passos quando alguém me ajudava, só atravessava a rua quando quando confiava na voz de quem me guiava. Eu podia ver, mas estava cego. É que quando eu focava muito uma coisa e achava que era aquela coisa que coloriria minha vida, eu cegava, começava a perder a lucidez, perdia a amplitude, perdia a capacidade de discernir. Eu estava cego e não conseguia dar a volta para olhar o mundo. Fazia um tremendo sol e eu não via, porque eu estava cego.
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