19 março 2010

tudo bem...

Começa com um incômodo, um desconforto. Depois lateja, chacoalha, chama toda atenção pra si. Primeiro é um encanto, depois uma cegueira. A primeira mão quem dá é quem esbofeteia. Cão que ladra, sei deixar, arranca pedaço. Não há nenhum tipo de conforto, só aparências. Quem blefa ganha o pote, a melhor mão, direita ou esquerda, é sempre arrancada uma ou outra. Seu bicho de estimação vai morrer, e vai morrer feio, sofrendo, mas é sorte se morrer por si, talvez você possa ter que escolher mata-lo. A menina que você gosta, camarada, só acha que gosta de você e se gosta é por enquanto, se prepara que está chegando o pior. Não levou guarda-chuva, se fudeu, quem mandou não ouvir sua mãe, saca aquela nuvem? Pois é. Apostou, né? Agora vai ter que aguentar tirar foto com a camisa do botafogo, quem manda ser otário. Quis dar uma de espertão, a mulher te largou, achou que estava dominando a situação, mas que nada, era ela. Seus pais não entendem nada do que você diz não é porque você é intelectual, é porque eles tão cansados e porque você é burro e não sabe falar nada direito. Dormiu demais, agora aguenta, tá ficando velho e a vida tá passando. Bebeu demais, tá de ressaca, bem feito, ninguém manda encher a porra dos córneos, otário. Isso, perde metade do dia vendo futebol mermo, vai adiantar de nada, teu time tem chance pequena de ser campeão e se for você não ganha nada, vai zoar alguns caras chatos e depois vai continuar aí, parado. Acha que é muito, que eu devo parar?
É porque no fundo, não faz diferença falar bem ou falar mal. Esse texto, no fundo, é de uma grande esperança, de que tudo seja realmente assim como disse. Se for, podemos fazer o que quisermos e, por fim, sermos livres. Fazer certo, tentarmos ser felizes e se realizar são coisas difíceis demais. Só lembrar que a liberdade está em aceitarmos perder de vez em quando e que até aí tudo bem...

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