Ela anda, ela dança, ela fala do presente, do passado, ela conta segredos, ela dissimula, diz coisas que me fazem pensar em um, mas devem querer dizer outro. Ela faz planos e eu penso que gostaria de decifra-la. Imaginem que ela está sentada num banco de praça com as mãos pousadas no joelho, o cabelo longo solto, o olhar expressivo inerte, e o sorriso fechado, trincado. Ela é de uma simplicidade que não consigo acompanhar, é factual, é quase jornalística, pragmática, prática, objetiva, parece quase mediana, mas pelo contrário, sou eu que de uma profundidade cambiante, de uma dialética opressora e fragmentada não consigo pensar em nada que faça sentido. Quando eu penso em decifra-la, penso numa batalha entre esparta e os nazistas, penso em mil metáforas uma depois da outra numa sequência infinita. É como se ela, ao ser quem é, revelasse a mim quem eu sou na maior profundade, ela revela a essência de mim, algo doído que só se dá nessa dialética. E ela continua sendo linda: anda dança, fala do presente, do passado, conta segredos, dissimula dizendo uma coisa que me faz pensar em um mas é outro. Ela planos e eu penso que gostaria de decifra-la. É uma fraqueza, mas é a maior delas...
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