13 maio 2008

amor que é amor

ele que atravessou o rio, como se houvesse rio, para lhe esperar do outro lado; ela que ficou às margens, olhando a partida dele de olhos tampados mas com frestas entre os dedos para que ele jamais lhe escapasse; ele que jamais quis ir e escapar; ela que queria que ele fosse, para que jamais tivesse realmente de ir, só partisse para que eles não tivessem de se partir; porque foram tantos beijos, todos enlaçados, sem conseguir largar; tantas juras trocadas e lágrimas doídas vertidas por motivos tão tolos que ele já não se recorda; e ela que ainda recorda, porque sempre recordam para ela, não consegue fingir o que sentiu e ainda rebate, pois sempre que o vê faz a mesma cara que ele intui ser de nervosa e ela sabe que ele sempre vai ser preferência, pois ele chegou fundo ao coração...e ao corpo; ele por sua vez prometeu e promete esperar por quanto tempo for preciso, até aos 80 anos, se necessário, assim como viu em "amor nos tempos de cólera"; ela vai mudar, ele sabe, mas ele não tem medo, os outros que tenham, pois ele sabe que amor não muda, e sabe que ela ama, ele é calmo quando ama, porque sabe que amor fica e mais que fica, amor que é amor espera.

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