E assim, começamos tudo de novo! Faz tempo que não escrevo sobre o amor, é...não escrevo, apesar de nele passar meus dias pensando com tanta felicidade, esperança, gentileza, raiva, descrença, e até desespero. Tudo isso sem nunca chegar nem perto do que possa ser uma mísera conclusão. Como isso incomoda.
Acontece que algumas pequenas coisas eu já tenho certeza sobre o amor:
1-Só vale a pena quando é muito. Não acredito nesses meio amores que não interferem na vida, que não atrapalham a escola, a faculdade, o trabalho, a produção. Amor tem que atrapalhar, tem que ser chato, tem que fazer as coisas ficarem pra depois. Tem que fazer a gente não conseguir dormir porque está pensando, e no sonho tem que atordoar a gente realizando ciúmes, desentendimentos e quando a gente acordar, ainda pensando, tem que estar mais leve, pronto para amar muito e de novo no outro dia que está amanhecendo.
2-Tem que doer. Amor que não dói não é amor. Amor é meio dor de barriga, meio gastrite, meio perna formigando, meio enxaqueca. Amor tem que fazer a gente estar sempre em risco, tem que fazer a gente se sentir mal, sem ar, tem que sufocar. Tem que fazer a gente desafiar o mundo, a mãe, o pai, o primo e até os amigos. Amar é burlar as leis comuns do dia a dia e instaurar na nossa vida uma outra lei, que ninguém vai entender, e vão até querer castigar-nos por isso, mas a gente nem vai ligar, vai estar feliz e tão distraído que vai perder tudo de vista.
3- Amor é entrega. Se você ama e não se entrega você está fadando o seu relacionamento à merda, ao buraco, aos caquinhos do que não será. Amor é matar aula, comer pizza velha, perder uma noitada, amigos, cachaça, prova, filme, uma outra menina gostosa, aniversário de família, show da banda preferida, até perder emprego é amor. Claro, que você não precisa perder tudo isso, mas tem que estar disposto, estar habilitado e disponível a perder, e depois que está pode até não perder, porque seu amor pode brigando entender. Amor está no que você tem a dar e o outro jamais terá pra devolver, se você for capaz de se doar mesmo assim, siga.
Eu poderia escrever mais e mais. Digo que isso tudo motivado por dois filmes: “Em paris” e “banquete do amor”. O primeiro muito bom, o segundo pipoca demais, mas daqueles que pegam pelo lado sentimental. "Em paris", mostra um desesperado por perder a esposa, dias e dias e dias em casa, e que no final canta uma bela canção ao telefone que meio que virou minha trilha sonora, porque eu sempre acreditei e ainda acredito nos meus amores. "Banquete de amor" me fez escrever, não pensar e me identificar tanto, mas escrever. Um dos seus personagens, Bradley, chega a dizer que se sentia como uma passagem para as mulheres, uma transição, por isso era abandonado. Ele entendeu o amor, por isso pode ser feliz. Se você está lendo isso, se é que alguém lê isso e não está entendendo sobre o amor, ou se você ler, achar tudo isso muito bonito mas na prática faz diferente, desde já eu o perdôo, poucos hão de amar assim. Digo que já tentei e é difícil. Sigamos com a vida, cerveja, emprego e coisas sem graça do dia a dia.
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