07 dezembro 2009

flamengo




O primeiro som do meu dia foi do meu pai tomando café na cozinha. Sabia que aquele dia seria diferente e mais que sabia, tinha uma intuição de que seria o melhor dia da minha vida. Rolei pela cama fazendo planos entre o sono, a ansiedade e o medo do fracasso. Porque ter uma paixão é atirar-se ao acaso e não perceber que dele se fará a vida após aquele instante.
Depois me levantei e vesti o manto. Dei bons dias e olhei para a janela. Não tinha sol, anúncio de um dia nublado. Menos mal, penso eu, quando tudo parece ajudar é que o fracasso vem. Um belo sol poderia iluminar mais esse caminho que eu nem queria pensar. Tomei meu café e sentei na varanda a olhar o jardim. Eu me mexia muito de nervoso e cheguei a pedir calmante pra mim mãe, dizendo que assim como tava, eu não ia aguentar.
A hora num passava de jeito nenhum e eu queria morrer um pouquinho para viver muito mais daqui a pouco. O telefone começa a tocar e as pessoas dizendo pelas entrelinhas que era dia de abraçar, dia de mudar a vida, dia daqueles que nunca esqueceremos. E eu dizia que hoje o dia era nosso e de ninguém mais. Ninguém.


Até que dá uma hora antes e eu mudo a bermuda, visto um tênis e vou pra rua. Comprimento os desconhecidos que vestem o mesmo manto que eu, sorrio para todos, pego uma cerveja e vou. Chego no meu destino e a partir daí é só alegria. Choro porque ainda sou criança, choro porque o flamengo é muito maior que eu, muito maior do que eu posso ser. O flamengo é das minhas paixão a mais descompromissada, por isso a mais sincera. O flamengo é o que faz de mim e do mundo, uma pessoa e um lugar, melhor(es) de se viver. Sem ele, meu desgosto seria profundo.
Parabéns pra nossa nação, parabéns!

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