01 dezembro 2009

poesia de cortina

da janela não vejo nada
o que atrapalha a poesia
que fica dura feito concreto,
lâmpada e alumínio.

a cabeça já não lateja mais
sem idéias fixas ela flutua
entre o tédio do nada fazer
e o todo de se perder

as meninas se fixam
transitoriamente entre
o que eu quero
e o que vou fazer

uma, melhor que as outras
vira brincadeira de criança
que prefere o jogo
ao prêmio que aponta

e sem poesia de janela
sem poesia de luar
o que se escreve vira traço
momento roubado do nada

e o que era pra ser belo
agora é só disforme
como se o mundo assim
pudesse fazer sentido

Um comentário:

marianabarcelos disse...

ora essa... encontrei mais um!!!