29 março 2010
a rima entrega
22 março 2010
Pra quando chover
19 março 2010
tudo bem...
É porque no fundo, não faz diferença falar bem ou falar mal. Esse texto, no fundo, é de uma grande esperança, de que tudo seja realmente assim como disse. Se for, podemos fazer o que quisermos e, por fim, sermos livres. Fazer certo, tentarmos ser felizes e se realizar são coisas difíceis demais. Só lembrar que a liberdade está em aceitarmos perder de vez em quando e que até aí tudo bem...
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nome próprio
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batman - o cavaleiro das trevas
reine sobre mim
touro indomável
outubro
a bela junie
o mágico de oz
em paris
o assassinato de trotsky
annie hall
a última tentação de cristo
o sequestro do metrô
um bonde chamado desejo
a mulher invisível
bastardos inglórios
robin hood - príncipe dos ladrões
rosa púrpura do cairo
diário proibido
rosencrantz e guildenstern estão mortos
a primeira noite de um homem
16 março 2010
o grito
O dia começou com um grito. Havia acabado de amanhecer, embora os primeiros passos ainda não tivessem sido dados e os galos hoje ainda não tivessem cantado, embora o céu ainda não fosse vermelho nem amarelado, mas entre azul e cinza, mesmo que já possuindo algumas luzes. As pessoas em seus quartos eram entre seis ou sete pessoas distribuídas em quatro quartos não emitiam sons, dormiam pesado, talvez sonhassem pesado, pois sonho, mesmo quando bom, nunca é leve. Algumas tinham ressaca da noite anterior e pouco se moviam, outras já mais inquietas e diurnas, estavam prestes a acordar, como se o mundo tivesse um dispositivo de lhes avisar e trazer-lhes junto para o sol.
A cozinha estava vazia sem gotas a cair pela torneira, e todas as baratas ao preverem o dia já haviam voltado para seus esconderijos. Na sala, na mesa e no chão, umas latas de cerveja da noite anterior, uns copos e cinzeiros sujos espalhados, no parapeito da janela, em cima da televisão, mais nada, a não ser uma mancha vermelha, talvez de vinho, no chão. Mancha que vem do latim e tem a mesma origem das palavras mácula e malha. Então era no chão a mancha vermelha, na parede uma imagem de santa: maria imaculada; e lá fora, no quintal a dormir estariam os animais: as galinhas, os porcos e as vacas. Todas malhadas.
E aí o grito veio. Rompeu as barreiras de espaço, as paredes, os corredores, ecoou no banheiro e mexeu com o dia. Até o sol, depois dele mandou pra cá um forte raio de calor e luz. Os galos começaram a cantar, os cavalos a relinchar e os porcos eufóricos acabaram por chamar a atenção dos cachorros que resolveram latir pra cima deles. Depois, então , bem depois, as pessoas começaram a sair dos quartos, umas ajeitando um roupão, outras sem conseguir abrir direito os olhos, saíam coçando-os mais que conseguindo olhar, outras iam batendo de porta em porta querendo saber o que havia acontecido, se todos estavam bem. Do último quarto, saiu uma moça loira mancando e vestindo um chinelo azul, todos a olharam, mas ela estava com a mesma cara de todos e perguntando o que havia acontecido. Assim, todos levantaram e foram para a sala: um casal de namorados, dois amigos, a moça, e um casal de adultos, donos da casa. Por alguns minutos falaram do que ouviram, no entanto, com o tempo começaram a duvidar daquele grito que acordara a casa, o dia, os animais, todos, mas não existia, não havia ninguém que pudesse ou fizesse o grito ter saído, não havia sequer um eco, um resquício e agora até as testemunhas já estavam a vacilar, a duvidar de que tivessem realmente ouvido aquele som.
Então, aos poucos, quase como se não tivesse vindo, o grito se foi. Silencioso e plácido, acalentador e pacífico, se retirou da vida das pessoas que agora juntas tomavam o café da manhã, enquanto viam juntas o sol nascer e o dia clarear. Depois arrumaram as coisas da noite anterior e segundo a segundo foram retomando a vida novamente, seus hábitos, suas práticas, mas agora era diferente, havia tido um grito que se não veio do céu, ninguém mais pode dizer de onde veio. E a mancha ficou.
15 março 2010
cegueira
09 março 2010
saudades
emoção diferente que aniquila
a vida da gente
uma dor que não sei de onde vem"
Sempre achei essa música linda e hoje senti saudades, mas saudades diferentes que nunca havia sentido. Saudade de pipoca, de futebol, de ficar todo suado e com o corpo exausto que a cabeça não pensa em nada. Saudade de acordar cedo pra ir pra minha escola, no frio perto de casa, e reclamar de acordar cedo e de dormir na aula, ou fugir do professor chato. Saudade de ser muito jovem e agir feito criança, de ter vontade de desenhar na parede, de comer algodão doce porque estou feliz. Saudade do meu pai me esperando na saída da escola e de ter uma certa vergonha disso, saudade da primeira cerveja e do gosto dela, saudade de ter alguns sentimentos pela primeira vez, de ter muitas coisas pela primeira vez. Saudade de errar feio, de errar com um talento um impressionante, saudade de cometer os melhores erros do mundo. Saudade de poder ser exagerado sem sofrer, de não precisar encher a cara vez em quando, de não ter amizades de protocolo, saudades de achar ficar em casa bom porque me sinto protegido, saudade de me apaixonar loucamente e ser um ímbecil todos os momentos em que penso na pessoa. É, hoje tá estranho...
08 março 2010
haikai
coisa boa sinto que o amor não é
mas falta ser boa a coisa boa que o amor é.
06 março 2010
buraco de sábado
05 março 2010
um filme e uma noite
Na rua é o último a chegar, pois gosta de criar lacunas naquilo em que se pode prever dele. Começa tímido sem falar muito, mas depois de algumas cervejas se junta a um grupo pequeno e trava conversas batalhas, alguns momentos se solta e se permite fazer piadas ou trocar um elogio, até que a noite se extende até momentos que não consegue narrar. Num dado momento, no banheiro, pára e pensa: "até que não sou tão diferente daquele personagem.", mas lava o rosto na pia e por fim conclui: "nada, aquele personagem que ainda tem muita coisa de mim." E volta para a noite com um novo e renovado espírito. Sabia que tudo correria bem.