Não sei porque tanto se fala sobre o tempo. Pode ser porque no fundo intuímos que ele é o único assunto verdadeiro, relevante de nossa vida, apesar de quase sempre passar despercebido. Não me vejo envelhecer, por exemplo, a não ser quando minha barba grande e expessa me torna mais velho, carrega meu olhar e meu rosto de traços que não se identificam com aquele eu que sinto por dentro.
Digo tudo isso porque percebo o que um sentimento faz. Gostar de alguém é como abrir uma fenda no tempo, parece que ele não mais existe de uma maneira objetiva, mas apenas da maneira como o encaramos, seja na saudade - eterno -, seja na presença - veloz. E é essa subjetividade que confunde tudo, nunca sei quando é cedo ou tarde, nunca sei quando é muito ou pouco, vou agindo assim de improviso assim como meu sentimento manda, mas a impressão é de que o tempo é meio que sempre um vilão eterno. Acontece que vem um dia, como o dia dos namorados e põe tudo em ordem, faz o tempo ser amigo um dia e me faz feliz como não era faz tempo. Por isso eu quero agradecer a cronos, que tem sido um bom companheiro ultimamente.
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