04 junho 2010

da poesia

Não entendo as poesias, vazias.
Se dizem de sonhos, mas me parecem de mim
Estico e esgarço-as, nada sobra
Eu sobro.

A poesia que imagino e que não vivo
Seria poesia de outro, de fora
De quem não sabe que diz, e rima
Incessantemente palavra à palavra

Aí eu olho o computador e vejo as linhas
Que lembram poesia pela forma
Mas não parecem nada e não são.
Sinto vontade de falar palavrão...

Finalmente eu lembro o que me fez vir aqui
Queria escrever sobre esse outro
Esse sentimento imenso e feliz
Que faz que a poesia seja eu
Enquanto quero que ela seja de outro

E é nesse esforço que é sentir –
Quando toda poesia parece estúpida
E todas as palavras são ditas
E imensamente repetidas –
Que percebo que é dessa matéria que a vida é feita

Dessa mesmo
Disso tudo
Desse movimento
Que não sei o que é...

Nenhum comentário: