Entro no ônibus. Venho da academia, acho que ganhei 3, 4 centímetros de bíceps só hoje. Eu tô feliz, meu corpo desenvolve bem, tá relaxado, acho que meu trabalho todo tá fazendo efeito. Entro e vejo uma menino franzino, pequeno, cabelo enrolado, barbado e com cara de quem tá se achando. Sinto vontade de dar um soco na cara dele. Enfiar a porrada sem deixar uma gota de sangue cair. Quebrar os ossos dele por dentro, estraçalhar o nariz, o maxilar e quantos mais ossos estão naquela cara frágil. Isso tudo sem sangrar e, se possível, sem deixar hematoma e se for pra deixar que ele no máximo fique só com uma vermelhidão. Nada de roxo, uma leve vermelhidão como se ele tivesse se maquiado ou como se eu tivesse roçado minha barba na cara dele. É um viadinho.
Pena que não posso socar aquela cara agora. Pena que não posso. Tô cheio de energia acumulada nos braços pra soltar em cima de alguém. Olha a veia, cara, tá até saltando do braço. Agora eu já to sentado e ele abre um livro. Não lê, fica só folheando pra aparecer. Quer humilhar todo mundo que não gosta de livro, tipo aquela empregada ali que nem tempo pra isso tem. Ele levanta, puxa a cordinha, vai saltar agora. O filho da puta mora bem, filhinho de papai. Se bem que, po...tá indo de ônibus, não deve ter tanta grana assim.
Eu tô perto da porta e ele tá vindo na minha direção. Ele é pequeno, mas cresceu muito agora que tá perto de mim. Ele tem todo um estilo e tal. Sem querer ele pisa no meu pé. Vira pra mim, sorri e pede desculpas. Não faço nada, nem respondo. Pronto, desceu.
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