17 abril 2011

Não-Ágape



Encontrei o livro Ágape do Padre Marcelo Rossi na estante e resolvi dar uma folheada. Li um capítulo do livro apenas e foi suficiente para que muitas ideias saltassem do livro e, na vã tentativa de organizá-las, escrevo agora.
Ágape significa “amor incondicional”. Isso está na orelha do livro, na última página, na primeira linha do prefácio e em todo o capítulo que li. No caso é o amor que Jesus tem pelos homens. Incondicional. IN-CON-DI-CIO-NAL. Isso quer dizer que não há um instante, uma lugar, uma situação em que Jesus não esteja ao nosso lado nos amando. É como se tivéssemos um peixinho e passássemos o dia inteiro ao lado do aquário observando cada gesto, cada passo, dando comida, afastando os males, trocando a água e, amando. Seríamos um ser feito de amor e que nunca se fartaria de amar. Por um lado, isso é extremamente bonito e poético. A ideia de que um ser afasta sua individualidade e entrega sua vida para cuidar das outras é o exemplo máximo de altruísmo e bondade. Por outro lado, há uma falta de respeito com o seu próprio ser. Se cada vida é feita para ser vivida e aproveitada, não é justo que se abra mão da sua que é única em prol dos outros. Ainda mais que, se somos imagem e semelhança de Deus, abrir mão de nossas vidas, é também abrir mão da nossa semelhança com Deus, e por conseguinte, dele próprio.
Um último ponto e talvez seja o mais importante. Estar todo o tempo amando incondicionalmente outro ser, ou no nosso caso, o peixinho, é dizer que esse peixe precisa ser cuidado. É dizer que nós somos muito importantes e que, sem mim, o pobre peixe vai para a ruína, para a morte e para o sofrimento. Nesse caso, amar é precisar e a incondicionalidade é uma violência. Amar incondicionalmente dessa forma, definitivamente não é um belo amor.
O segundo ponto do livro que se destacou pra mim é a completa falta de respeito de Marcelo Rossi. O livro foi escrito com absoluta displicência, preguiça, falta de cuidado. Escrito sem pensar hora nenhuma na melhoria do rebanho. Ele somente repete qualquer sermão, qualquer opinião óbvia, sem nenhum trato especial, sem nenhum ponto. Comenta os evangelhos como quem fala de notícias de jornal e trata com falta de respeito a instituição da igreja e seus fiéis. Incrível é ainda ninguém ter percebido isso, parece que algumas coisas todo mundo sabe, mas pouca gente tem coragem de dizer.
Eu deixaria meu texto assim, como foi escrito, mas ao contrário do Pr. Rossi, eu pretendo ter cuidado de quem lê comigo, portanto vamos às correções.

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