09 junho 2008

sinceridade

tudo que eu falo sai da minha boca, nada sai de mim. tudo que eu falo é tudo que eu quero tranformar em verbo e com isso movimentar as coisas do mundo, o que eu calo é o que eu não pretendo interferir. sempre que eu falo, invento uma forma e um pesamento em mim e no outro e a melhor e mais cruel forma de de formar e pensamentar é passando a bola, é falando um pouco e deixando o outro completar, no mesmo esquema palavras cruzadas ou fill in blank, e é nisso que o outro se perde, no que eu comecei a dizer mas fingi não saber onde ia dar. a diferença é que eu gosto mesmo é do amor, do amar inventado, sério, bobo, irônico, engraçado, mas amor, e nele sempre tem e terá a simplicidade da sinceridade, e é só nisso que salvo a mim e a meus outros.

3 comentários:

nina lua disse...

'você diz a verdade, a verdade é seu dom de iludir...'

Rite disse...

Já que estão citando Caetano, cito Pessoa:

"Deus é um grande Intervalo,
Mas entre quê e quê?...
Entre o que digo e o que calo
Existo? Quem é que me vê?
Erro-me... E o pombal elevado
Está em torno na pomba, ou de lado?"

Rite disse...

Ou simplifica :)