o corpo eu ainda reconheço, é o mesmo, é sim, é aquele que eu sei de cor, o problema é o jeito de olhar, ela já não sabe...não sabe fazer como fazia antes.
Era eu dizendo para um amigo que apesar de tudo estar mudado existia algo que permanecia, como se a minha capacidade de pensar fosse cada dia mais além e minha capacidade de entender diminuísse cada vez mais. Eu estava sentado e tomava um refrigerante que é o que faço quando quero pensar melhor; a cerveja fica para quando quero pensar maior; e ali parado, olhando as pessoas circularem eu não entendia muito bem como tudo poderia se dar, se era comigo fazendo alguma coisa, pegando um ônibus e vivendo, ou voltando para casa e dormindo, ou até ficando ali esperando algum sinal.
A verdade é que quando se resolver pensar em três, não em um, não em dois, mas em três que é o primeiro número coletivo, fica cada vez mais complicado entender pra onde as coisas estão indo, a gente se torna mais político, mais...engajado, e fica complexo esse limiar entre saber o que fazer porque é certo e saber o que fazer para ser mais feliz.
Era essa equação que eu deveria ter calculado melhor tempos atrás, porque talvez os olhos dela ainda sejam os mesmos, talvez seja eu que não saiba mais olhar. É que sempre fica aquela sensação de que a culpa é sempre minha.
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