06 outubro 2011

inteligência, graça, banco

Eu costumava achar graça em quase tudo e pensava que existia sabedoria em qualquer lugar.
Depois comecei a achar que sábio era quem não se preocupava em o ser e parei de achar graça nas coisas de outrora.
Aí encontrei novas coisas pra achar graça, mesmo que elas não fossem inteligentes.
Depois passei a achar graça em tudo e a achar todo mundo incrivelmente estúpido.
O tempo passou e percebi a graça e a sabedoria nas coisas simples da vida.
Aí me achei irritantemente estúpido: não existe nenhuma coisa simples na vida.
Mesmo assim continuei achando graça.
Teve também uma fase boa: dissociei inteligência de sabedoria e fiquei burro.
Pouco mais, percebi que o sábio é muito malandro pra dar tudo de mão beijada, enquanto que o humorista é, no fundo, uma puta.
Pouco menos, percebi que o sábio é um babaca aristocrata que quer guardar tudo pra si e o humorista um ser altruísta, que leva felicidade a todos.
Hoje não acho nada. Nem uma coisa nem outra.
Hoje, por exemplo, eu vou até depositar um dinheiro no banco.

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