22 outubro 2012

Por que o voto nulo no segundo turno em Petrópolis?



A resposta parece complicada, mas é bastante simples. Primeiro, achamos que o voto nulo não é desperdiçar o voto, não é se omitir da escolha nem abdicar do direito e deixa-lo nas mãos de quem resolve votar. Também achamos que votar no menos pior, nesse caso, não se sustenta como solução.
Somos um grupo que não tem o voto nulo como bandeira. A maioria de nós jamais ou raramente anulou o voto e, mesmo no primeiro turno, resolveu escolher algum candidato que, se não era o ideal, era o que mais se adequava com nossa ideia de política.
O voto nulo proposto por nós para o segundo turno em Petrópolis tem dois motivos. Um específico e outro mais amplo. O primeiro é toda a confusão, batalha judicial mais desonesta que baseada na lei e na politicagem que deu a composição dessa eleição petropolitana desde a apuração do primeiro turno. Os veículos de informação não conseguem dar conta da totalidade da questão de forma a esclarecer aquilo que se precisa e, em alguns momentos, também não se mostram interessados nisso. Os candidatos que nos são apresentados parecem ter mais em comum do que se imagina e somente por conta das denúncias que são expostas cremos já ter motivo suficiente para não confiar e descrer no quadro para qualquer lado que se olhe.
O segundo ponto, e talvez o mais importante é: não compactuamos com o projeto de cidade proposto por eles. Cremos que a política limitou o cidadão, enquanto ser capaz de participar da democracia e do debate pela sua cidade, estado, país, em um ser que se limita a escolher seu candidato, o menos pior no caso, e aplaudi-lo ou, do outro lado, reclamar dele desorganizadamente, sem foco, o que gera somente um fato: ao fim das eleições se substitui esse por outro que também provavelmente não nos satisfará.
A Primavera Petropolitana, então, pensa em buscar reorganizar a sociedade civil através do debate básico de que concepção de cidade queremos para nós e de que forma, tanto eu quanto você podemos construir nesse debate e, principalmente, como podemos intervir na prática naquilo que não concordamos.
O voto nulo, dentro de toda essa visão exposta acima, nos parece a principal forma de mostrar aos que governam que não estamos satisfeitos com aquilo que nos foi e é apresentado e que nossa concepção de cidade, nosso projeto para nosso povo e nossa terra não passa nem perto daquilo que nos é oferecido. O voto nulo, nesse caso, é um gesto afirmativo, político, engajado, que visa mostrar nossa cara e dizer que assim não queremos e, aos poucos, podemos mudar.

Nenhum comentário: