Por que o voto nulo no segundo turno em Petrópolis?

A resposta parece complicada, mas é bastante simples. Primeiro, achamos
que o voto nulo não é desperdiçar o voto, não é se omitir da escolha
nem abdicar do direito e deixa-lo nas mãos de quem resolve votar. Também
achamos que votar no menos pior, nesse caso, não se sustenta como
solução.
Somos um grupo que não tem o voto nulo como bandeira. A
maioria de nós jamais ou raramente anulou o voto e, mesmo no primeiro
turno, resolveu escolher algum candidato que, se não era o ideal, era o
que mais se adequava com nossa ideia de política.
O voto nulo
proposto por nós para o segundo turno em Petrópolis tem dois motivos. Um
específico e outro mais amplo. O primeiro é toda a confusão, batalha
judicial mais desonesta que baseada na lei e na politicagem que deu a
composição dessa eleição petropolitana desde a apuração do primeiro
turno. Os veículos de informação não conseguem dar conta da totalidade
da questão de forma a esclarecer aquilo que se precisa e, em alguns
momentos, também não se mostram interessados nisso. Os candidatos que
nos são apresentados parecem ter mais em comum do que se imagina e
somente por conta das denúncias que são expostas cremos já ter motivo
suficiente para não confiar e descrer no quadro para qualquer lado que
se olhe.
O segundo ponto, e talvez o mais importante é: não
compactuamos com o projeto de cidade proposto por eles. Cremos que a
política limitou o cidadão, enquanto ser capaz de participar da
democracia e do debate pela sua cidade, estado, país, em um ser que se
limita a escolher seu candidato, o menos pior no caso, e aplaudi-lo ou,
do outro lado, reclamar dele desorganizadamente, sem foco, o que gera
somente um fato: ao fim das eleições se substitui esse por outro que
também provavelmente não nos satisfará.
A Primavera Petropolitana,
então, pensa em buscar reorganizar a sociedade civil através do debate
básico de que concepção de cidade queremos para nós e de que forma,
tanto eu quanto você podemos construir nesse debate e, principalmente,
como podemos intervir na prática naquilo que não concordamos.
O voto
nulo, dentro de toda essa visão exposta acima, nos parece a principal
forma de mostrar aos que governam que não estamos satisfeitos com aquilo
que nos foi e é apresentado e que nossa concepção de cidade, nosso
projeto para nosso povo e nossa terra não passa nem perto daquilo que
nos é oferecido. O voto nulo, nesse caso, é um gesto afirmativo,
político, engajado, que visa mostrar nossa cara e dizer que assim não
queremos e, aos poucos, podemos mudar.
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