02 novembro 2008

defesa

aos poucos vou me livrando das defesas, não aprendendo a esconde-las ou invetando maneiras de não senti-las, mas confrontando todas elas com veemência. Não que eu acredite em mudanças, muito menos de felicidade vir na mudança, porque mudar no fundo é só um jeito de ser infeliz de um jeito diferente. Gosto da palavra que usam em inglês: miserable, miserável, que fica melhor de se entender quando se fala "mísero", coisa que a gente não escapa. Se livrar das defesas, então, passa a ser uma obra de análise, de olhar atento, de perceber cada detalhe do que se está a fazer: é como se estivéssemos completamente bêbados e voltados para cada pequeno movimento que se faz, desde os controlados, até aqueles que nos tomam e nos surpreendem. Agora percebi mais uma defesa que é o fato do uso da metalinguagem, ao discutir a própria incapacidade de dizer alguma coisa, ou analisar o ponto onde a linguagem incide em um sentimento, se está exatamente fugindo e não discutindo o que se sente, pelo contrário, está falando dele e usando ele a seu favor. Por isso que agora atento a isso, pretendo avançar sem rumo, no entanto sem estar perdido, vou simplesmente numa errância que me leva sempre para onde quero, quando eu deixo .

Um comentário:

Unknown disse...

algo pessimista?