Fico lendo o nome dos meus livros. Cada um diz tanta coisa que dá vontade de ficar pensando só no título. Exemplos: "rumo ao farol" da Woolf, ou "setembro não tem sentido" do João Ubaldo Ribeiro, ou "A montanha mágica" do Thomas Mann, ou Alguém que anda por aí" do Cortázar.
É tanto nome que diz tanto que às vezes penso que o ser humano é criador nato. Ele relaciona tudo a tudo e todos os nomes estão juntos num imenso cesto e vamos ligando-os tal como numa poesia dadaísta. Tanto que "Todos os Nomes" é um livro do Saramago, onde realmente todos os nomes estão lá, menos os das personagens. Excetua-se um: José, espécie de alterego ou não. "Vidas Secas", "Estorvo", "Sagarana", e os títulos nao param de dizer coisas e eu todos os dias vejos esses livros que também me vêem.
É em nome deles que eu escrevo. Um dia algum livro meu pode dizer alguma coisa. E hoje eu diria que...nós...somos demasiadamente violentos. Ô raça ruim essa dos humanos...e que coisas lindas eles escrevem.
2 comentários:
"Acho que eu poderia estar puto com tudo o que aconteceu, mas é difícil ficar zangado quando há tanta beleza no mundo. Às vezes acho que estou vendo tudo de uma vez e é demais. Meu coração se enche como um balão prestes a estourar. E então, lembro de relaxar e de tentar parar de apegar-me a tudo isso. E então, tudo flui através de mim como chuva e só posso sentir gratidão por todos os momentos da minha vida idiota."
Parece meio pró alienação. Mas não é, não.
''Ô raça ruim essa dos humanos...e que coisas lindas eles escrevem.''
Né? E só pra você saber que a gente fica mil anos sem se falar mas eu continuo vindo aqui te ler.
Postar um comentário