De vez em quando
resolvo fazer esses posts que considero 1 – uma tentativa de
descobrir coisas que pra mim parecem apenas intuições; 2- tentar
atravessar uma barreira do óbvio nas opiniões e apresentar uma
forma de ver o mundo que seja similar a dos outros, mas que
ultrapasse aquilo que parece ser estabelecido.
Algo que já disse é
da infantilização das pessoas e de como, cada vez mais, elas estão
incapazes de aguentar e superar frustrações. A famosa ideia do carpe
diem obrigou todos a se esforçarem violentamente pra serem felizes o
tempo todo e assim fica impossível, ninguém aguenta mais nada e
haja música de fossa, haja novos parceiros amorosos pra aguentar
isso e haja velhos parceiros antigos sempre voltando pra tentar
reescrever histórias que já deviam ter terminado. A literatura se
tornou simplesmente um parceiro que dá conselho amoroso, a vida
profissional se tornou um meio de realização social e nunca
pessoal, a boa forma física vem cobrir buracos na personalidade,
estudar se tornou secundário ao menos que ela se torne também forma
de sedução.
Essa infantilização
é muito clara na micareta. Pessoas transformaram a sexualidade que é
algo sagrado em um mero jogo quase homoafetivo de relação da troca
de salivas em série. O que é pra ser um objeto de que nos
apoderamos pra nosso próprio prazer se torna um aprisionamento
olímpico da realização sexual perfeita, da piroca mais eficaz do
bairro em que, se possível, deveria haver um prêmio por um sexo tão
bem feito.
E aí todo mundo é
depressivo, todo dia serve pra reclamar. E o tempo? O tempo é sempre
o maior inimigo que não dá pra fazer nada e o clima parece ser um
vilão. As pessoas passam a se surpreender com o óbvio tal é a
falta de capacidade de encarar a realidade como algo repetitivo e,
justamente por isso, um arcabouço daquilo que temos que empreender
engajadamente nossos desejos.
Mas minha maior
reclamação de todas é sobre o paladar infantil. NADA pior que a
moda dos Cupcakes. Nada mais Xuxa Meneghel que cupkcake. Cupcake é
uma mistura de tivoli park com beto carreiro world com confete e
brigadeiro de aniversário. É a completa realização do nada pra
dentro de si mesmo. É o elefante que enfia a tromba no próprio cu e assopra.
Enquanto antes as pessoas comiam chocolate quando sofriam por amor, o amor
foi diluído em doses semanais de cupcake, uma espécie de barbie
bailarina bezuntada no rio do Willie Wonka.
Enquanto não
tomarmos consciência de porquê fazemos as coisas, vamos ficar por
aí, fazendo qualquer coisa.
2 comentários:
Porra, falou TUDO e meu único comentário será uma repetição para enfatizar o absurdo da coisa: NADA pior que a moda dos cupcakes!!!!
repare que você usou caps lock em tudo e em nada.
Postar um comentário