20 setembro 2012

Coisas que me incomodam


De vez em quando resolvo fazer esses posts que considero 1 – uma tentativa de descobrir coisas que pra mim parecem apenas intuições; 2- tentar atravessar uma barreira do óbvio nas opiniões e apresentar uma forma de ver o mundo que seja similar a dos outros, mas que ultrapasse aquilo que parece ser estabelecido.
Algo que já disse é da infantilização das pessoas e de como, cada vez mais, elas estão incapazes de aguentar e superar frustrações. A famosa ideia do carpe diem obrigou todos a se esforçarem violentamente pra serem felizes o tempo todo e assim fica impossível, ninguém aguenta mais nada e haja música de fossa, haja novos parceiros amorosos pra aguentar isso e haja velhos parceiros antigos sempre voltando pra tentar reescrever histórias que já deviam ter terminado. A literatura se tornou simplesmente um parceiro que dá conselho amoroso, a vida profissional se tornou um meio de realização social e nunca pessoal, a boa forma física vem cobrir buracos na personalidade, estudar se tornou secundário ao menos que ela se torne também forma de sedução.
Essa infantilização é muito clara na micareta. Pessoas transformaram a sexualidade que é algo sagrado em um mero jogo quase homoafetivo de relação da troca de salivas em série. O que é pra ser um objeto de que nos apoderamos pra nosso próprio prazer se torna um aprisionamento olímpico da realização sexual perfeita, da piroca mais eficaz do bairro em que, se possível, deveria haver um prêmio por um sexo tão bem feito.
E aí todo mundo é depressivo, todo dia serve pra reclamar. E o tempo? O tempo é sempre o maior inimigo que não dá pra fazer nada e o clima parece ser um vilão. As pessoas passam a se surpreender com o óbvio tal é a falta de capacidade de encarar a realidade como algo repetitivo e, justamente por isso, um arcabouço daquilo que temos que empreender engajadamente nossos desejos.


Mas minha maior reclamação de todas é sobre o paladar infantil. NADA pior que a moda dos Cupcakes. Nada mais Xuxa Meneghel que cupkcake. Cupcake é uma mistura de tivoli park com beto carreiro world com confete e brigadeiro de aniversário. É a completa realização do nada pra dentro de si mesmo. É o elefante que enfia a tromba no próprio cu e assopra. Enquanto antes as pessoas comiam chocolate quando sofriam por amor, o amor foi diluído em doses semanais de cupcake, uma espécie de barbie bailarina bezuntada no rio do Willie Wonka.
Enquanto não tomarmos consciência de porquê fazemos as coisas, vamos ficar por aí, fazendo qualquer coisa.

2 comentários:

Carolina Machado disse...

Porra, falou TUDO e meu único comentário será uma repetição para enfatizar o absurdo da coisa: NADA pior que a moda dos cupcakes!!!!

Luiz Ribeiro disse...

repare que você usou caps lock em tudo e em nada.