(um andaime. Celso entra. D está em cima do andaime e não aparece.)
CELSO – Tu tá aí?
D – To.
CELSO – e...cara, foi uma loucura.
D – mas loucura pro bem ou pro mal?
CELSO – Assim, pra tudo...foi bom, foi ruim...
D – Pega o cimento pra mim?
CELSO – Eu?
D – Não...claro que é, oras.
CELSO – Tá aqui.
D – Sobre e me entrega, enquanto isso, conta como foi lá.
CELSO – Então, cheguei me ofereceram cafezinho. Tinha uma loira assim grande, gostosa, que ia anotando tudo que eu falava e o cara da entrevista era muito gente fina, simpático, fez altas brincadeiras até.
D – Mas que maravilha...isso que é lugar pra trabalhar.
CELSO – É mesmo. Tu nem sabe. Vou ganhar dez mil!
D – 10 mil?
CELSO – É...fora hora extra.
D – Eu também quero emprego assim.
CELSO – Ainda mais agora que tua filha está grávida, né?
D – Minha filha?
CELSO – É.
D – Mas ela nem tá namorando.
CELSO – Tá sim...muito.
D – E quem é o pai?
CELSO – Eu.
(escuridão.)
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