17 setembro 2008

Ato II (continuação)

(um andaime. Celso entra. D está em cima do andaime e não aparece.)


CELSO – Tu tá aí?

D – To.

CELSO – e...cara, foi uma loucura.

D – mas loucura pro bem ou pro mal?

CELSO – Assim, pra tudo...foi bom, foi ruim...

D – Pega o cimento pra mim?

CELSO – Eu?

D – Não...claro que é, oras.

CELSO – Tá aqui.

D – Sobre e me entrega, enquanto isso, conta como foi lá.

CELSO – Então, cheguei me ofereceram cafezinho. Tinha uma loira assim grande, gostosa, que ia anotando tudo que eu falava e o cara da entrevista era muito gente fina, simpático, fez altas brincadeiras até.

D – Mas que maravilha...isso que é lugar pra trabalhar.

CELSO – É mesmo. Tu nem sabe. Vou ganhar dez mil!

D – 10 mil?

CELSO – É...fora hora extra.

D – Eu também quero emprego assim.

CELSO – Ainda mais agora que tua filha está grávida, né?

D – Minha filha?

CELSO – É.

D – Mas ela nem tá namorando.

CELSO – Tá sim...muito.

D – E quem é o pai?

CELSO – Eu.


(escuridão.)


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