09 novembro 2011

a alma

Tento me ver em meu blog e percebo que, como já disse, muitas vezes não me reconheço. Meu blog não é um portal para minha alma. A minha alma, se existe, vive em uma profundo poço sem portas e sem acesso. Cada vez que tento chegar até ela, lanço um balde e puxo de lá aquilo que desejo e recebo apenas alguns goles d´água de palavras que pigam por todo meu exterior. Isso eu escrevo. Aí quem me lê tem a missão de transformar meus pingos em palavras e depois em sentido e, assim, atribuir alguma coisa a mim ou à minha alma.
Pode parecer ridículo, mas não há tarefa mais solitária do que tentar comunicar a alma com alguém. Ela, intraduzível, é gigante e o outro apenas uma portinhola. É por conta disso que devemos viver como se a alma não existisse e comunicar apenas aquilo que nossos olhos podem ver e o coração sentir. Deixemos a alma de lado, ela é pesada e se vier à tona será através de um sofrimento qualquer. Comuniquemo-nos pelo coração, só com ele, sem as convenções sociais e sem a prática do cotidiano. De resto, deixe que o olho veja, a boca fale, o ouvido escute, a pele sinta, o nariz cheire. E Que o amor construa.

2 comentários:

Rainha disse...

Ô docinho de coco! Que mansinho!
Eis o meu parecer:
Algumas pessoas, por mais difícil e sofrido que seja, assumem a exposição da própria alma (para fins científicos e etc e tal) como o sentido da própria vida. Esses são os artistas e esse é o trabalho deles, é isso o que eles fazem e pronto.
[Isso levando em conta que nem todos que praticam alguma atividade artística é artista; artistas pra mim são os raros que conseguem levar a cabo o proposito de "comunicar a alma" como foi dito...]
E quanto ao resto, sim, concordo! Que continuem cheirando, tocando, sentindo, olhando, ouvindo (os que puderem! hihi!) e amando, que é pra isso que a gente tem todos esses órgãos mais que esquisitos e que é muito bom se a gente souber dar o devido valor.

Luiz Ribeiro disse...

eu concordo com você, mas a inteção do texto foi menos mimimizenta do que pareceu. Entendo porque ficou a impressão porque usei o glossário brega com a palavra "alma". A partir de agora vou falar só "subjetividade", fica mais materialista.

e outra coisa, docinho é a vó.