29 setembro 2008

o bom do amor

e ela acha que amar é isso, cheio de percalços e emoções, sempre quase pisoteado ao chão, a um fio de dar errado, cheio de choros, e reviravoltas, de tristezas e frases de efeito, de porres, de confidência com os amigos. Acha que amor é cheio de inimigos, como se o tempo todo estivessem ilegais, contraventores, amando como se tivessem fazendo tudo de errado no mundo em amar. Acha isso e se sente heroína, personagem de filme, Julieta, se diz capaz de matar por amor, chora o dia inteiro e sorri o mundo todo ao trocar uma palavra, depois se despede e chora de novo.
Madura ou não, ela não entende que o amor deve ser antes de tudo bonito, feito mais de núvem que de névoa, deve reinar sobre um tanto de paz para poder ser melhor. Simples como lavar as mãos ou escovar os dentes, simples como olhar um animal qualquer, amor sem desespero, logo sem limite, tão racional que se torna a coisa mais sem razão do mundo. E cada vez que a gente faz nosso amor melhor, mais a gente fica melhor, mais o outro fica melhor, e que quanto mais a gente chafurda na lama do nosso amor, mais a gente perde ele, mais a gente perde a gente, mais a gente perde o que ele tem de bom. No bom do amor.

Um comentário:

João Renato Gomes disse...

acho que nunca tinha visitado o seu blog. ;)