16 novembro 2006

Otelo - Shakespeare




ziul diz:
otelo matou a desdêmona, mor

ana diz:
vc tá lendo otelo já?


ziul diz:
ele estrangula ela.

ana diz:
O.O pq?

ziul diz:
pq ele acha q ela está traindo ele com o Cássio, o tenente dele, mas é tudo intriga do Iago.




ana diz:
que novela mexicana, hein?

ziul diz:
mas ai, o Iago é desmascarado pela própria mulher, e sabe o q Otelo faz?

ana diz:
o q??

ziul diz:
nao aguenta o q fez, e se apunhala com uma espada, e se deita na cama, onde jaz desdêmona morta. os dois morrem abraçados, com o enxoval da sua primeira noite de núpcias

ana diz:
ai que lindo, mor vamos morrer assim??
então vc já acabou de ler, é?

ziul diz:
e sabe o q acontece com o Iago?

ana diz:
o q?

ziul diz:
NADA. ele só é ferido e vai preso.está hora está vivo, numa prisão do Chipre

ana diz:
hauhauahaoo mundo é o lugar mais injusto

ziul diz:
tambem acho...difícil viver assim.

15 novembro 2006

Por que eu escolhi a profissão de artista?

Curso: Teoria do Teatro
Matéria: Psicologia – PSI
Aluno: Luiz Antonio Ribeiro



Acredito que a escolha dessa profissão é motivada ou impulsionada por um desejo de sucesso exterior, ou por uma necessidade de arranjo interior. Em ambos os casos a solução está no sucesso estético, ou seja, existe algum tipo de desarranjo ou desarmonia na forma de viver, e a gente resolve isso através da forma, da expressão, da estética. É a idéia platônica de atingir o belo, e uma vez imerso nesse mundo a conclusão pode ser variada, chegando-se até ao polo oposto do que se propõe.

O meu caso é parecido: sou o filho único da irmã mais velha que ficou 13 anos casada sem engravidar e no parto perdeu o útero. Sempre fui o menor, o mais baixo, talvez o mais fraco, pois nunca ousei brigar. Tive uma carreira infantil no futebol interrompida por desgaste de tendão e musculatura (o mais baixo tem de fazer um esforço excessivo). O que me achou então? A arte.

Para mim, foi o natural caminho de entrar para o coral, para a gincana da rádio na escola, para o grupo de teatro. Depois foram as aulas de teclado e violão, o programa de entrevista feito com os amigos da escola. A resposta dos outros era sempre a mesma: “Você tem muito talento, devia seguir carreira.” E com a bola levantada pelos outros e o arranjo interior acertado, eu podia e tinha a liberdade de tentar outras coisas como escrever, dançar, etc.

Como problema, a primeira coisa que encontrei foi a instabilidade, pois na arte o material sou eu mesmo, logo não adiantava tentar escrever sobre amor, sem viver amor, ou saber sobre o amor.
Ou então, interpretar uma personagem que eu não conheço tão bem, ou que, seja o oposto de mim. Nesse momento, me veio duas necessidades, a de aprofundamento técnico da área e da aquisição de experiência de vida.

Daí, resolvi por fazer um curso teórico enquanto eu não passava para teatro. Caí então, meio que por sorte no curso de letras que fiz por três anos. Eis um outro problema: letras é mais profissão que teatro e ao passar para teatro houve a crise familiar e interna pessoal.

No entanto, a escolha estava feita, a vontade e a satisfação se sobrepõem ao resto, assim, aqui estou.

Luiz Antonio Ribeiro
15/11/06

05 novembro 2006

Van Gogh - trechos



“Sinto em mim um fogo que não posso deixar extinguir, que ao contrário, devo atiçar, ainda que não saiba a que espécie de saída vai me conduzir. Não me espantaria que essa saída fosse sombria. Mas em certas situações vale mais ser vencido que vencedor.”

- VIDA

No mês de maio, deixou a clínica e voltou a morar em Paris, próximo de seu irmão e do doutor Paul Gachet, que iria lhe tratar. Este doutor foi retratado num de seus trabalhos: Retrato do Doutor Gachet. Porém a situação depressiva não regrediu. No dia 27 de julho de 1890, atirou em seu próprio peito. Foi levado para um hospital, mas não resistiu, morrendo três dias depois. Suas últimas palavras foram:
“A tristeza durará para sempre.”


- OBRA


Esse é o trágico: ver a realidade e ver-se na realidade com uma evidência tão clara e peremptória. A arte para ele se tornou o ofício de viver, no entanto, uma vida onde toda a percepção que lhe apresenta só lhe torna mais só, e sua solidão já não é mais suportada. Está tendo constantes alucinações.

“Não sei bem quem definiu este estado: ser atingido pela morte e pela imortalidade. A carga que nós arrastamos deve ser útil a alguém que não conhecemos. É assim, se acreditamos na arte nova, nos artistas do futuro, o nosso pressentimento não nos engana”

Ele já se despedia da vida, apostando na imortalidade na arte. Entre um milharal, enquanto caçava gralhas, aponta a arma ao peito e atira, se arrasta até em casa onde encontra o irmão com quem conversa, num último instante diz:

“A tristeza durará para sempre.”

Pretende-se, no entanto, guarda dele está afirmação:

“No futuro há uma arte, e deve ser tão bela e tão jovem quanto verdadeira e, e atualmente nós lhes deixamos nossa juventude, não podemos senão ganhar em serenidade.”

Cézanne - trechos.

“Eu tinha decidido trabalhar em silêncio até o dia em que seria capaz de sustentar teoricamente minhas tentativas.”
Paul Cézzane



VIDA.


É recusado, em 1866, 1869, 1870 e 1871 no Salão, envia, por sua vez uma carta de protesto ao diretor das Belas-Artes, aproximadamente a época em que conhece Manet que elogia suas naturezas mortas. Em 1872, instala-se com a família em Auvers-sur-Oise, onde pinta quadros com Pissarro. Logo, em 1873 pinta na casa do doutor Gachet. Trava conhecimento com o negociante de tintas Julien Tanguy que troca material de pintura pelos seus quadros. Encontra Van Gogh na casa Tanguy. Tem sua primeira exposição coletiva, em 1874, dos impressionistas, na já citada do fotógrafo Nadar. Os quadros de Cézanne fazem escândalo (A Casa do Enforcado em Auvers, Uma Olímpio Moderna). Participa, em 1877, na terceira exposição impressionista com 16 quadros e suscita ainda uma vez mais violentas críticas.

Em 1885 é outra vez recusado no Salão e decide não enviar mais obras para lá. Ruptura com Zola após a publicação do romance L’Oeuvre que descreve a vida de um artista falhado. A National galerie de Berlim compra um quadro de Cézanne. É a sua primeira tela num museu.

OBRA.


Ora, os expressionistas buscavam representar o mundo de forma pessoal, ou expressavam o pessoal amparando-a numa representação do mundo, porém não seria essa busca de comunicação por meio da pintura uma característica do mundo? Do outro lado, os impressionistas, por mais sensíveis que fossem nas suas impressões, não elaborariam na imagem conteúdos pessoais? Ou seja, não seria o “ver” também uma “maneira de ver”?


Cézanne é o centro dessa questão. Ele não aceita essa pintura puramente visual de seus amigos impressionistas, quer ser um mais um literato, porém quer literar na pintura, não levando o tema à pintura, mas construindo essa imagem com os pesados materiais da pintura. Está no meio dessa impressão e dessa expressão. Nessa pintura nada é invenção, tudo é pesquisa.