29 julho 2013

Fotógrafa mostra série de fotos iguais que representam momentos diferentes de um ser durante a vida

A fotógrafa Luisa Bertrami D'Angelo compôs um ensaio chamado "Séries iguais de tempos diferentes" em que ela trabalha as diversas formas de se lidar com as imagens em meio ao mundo contemporâneo disperso pelas tecnologias da humanidade. A artista ressalta que foi um trabalho pesquisado durante anos onde ela pode observar o mundo de fora e reencontrar aquilo de mais profundo que havia em si, uma espécie de uma natureza inata misturada com uma racionalidade pagã. Eis o resultado da pesquisa, em uma análise feita por mim.





1- 17 anos de idade, ainda uma menina, mas quase uma mulher. Essa foto foi retirada em um momento de rara felicidade, nos fins da adolescência, em que os desejos e impulsos do florescer de um jovem corpo encontra a maturidade de um grande amor. Essa mistura de cores com o frescor da natureza dão o tom dessa época da vida.






2- Já nesse momento, está exposta toda a fúria da fotógrafa com relação a maldade humana e o descaso das autoridades. Veja as cores fortes e tonalidades destacadas se misturam com esse pequeno ser, invasor perdido, meio vítima meio algoz que representa esse interior insuflado pela injustiça que se observa rodeando nossa terra.






3- Perto da maturidade, observe como o amor materno transparece por sobre a calma natureza de uma translúcida tarde que abre os braços para receber essa nova vida que chega na terra. O amor materno, como o maior do mundo, está contido nessa foto através desse breve tracinho de sol, mas não apenas nele: extravasa de fora para dentro de todos nós!





4-Observe como essa foto é estranha: as cores não se ajustam, não se misturam, estão destacadas e esse ângulo, assim de lado, meio apressado representam a menopausa da mulher. A fertilidade que vai embora, mas traz os calores, as irritações e uma sensação estranha de que os hormônios dão uma cambalhota nos corpos, e reflete nessa cena, assim, perdida no meio do nada.


5- Por fim, o momento da despedida da vida. A fotografa consegue captar esse fino momento em que o inseto está prestes a cair de todo o verde que lhe segura e adentrar outro mundo. É o adeus desse plano para um outro, para uma outra vida, onde as coisas realmente possam dar certo e durar. No entanto, essa foto fica como marca do eterno que existe em cada um de nós.

24 julho 2013

porreta

por aí é um lugar
por onde eu vejo
que tem muito poeta na vida
pra pouco porreta na terra.