29 junho 2008

depois vem pra cá

sempre acho importante me perguntar e mesmo que eu não saiba, sempre tenho uma vaga idéia de quem sou eu.

28 junho 2008

tempestade

todas as minhas tentativas de esconder quem sou se deflagram e o que aparece é simplesmente e exatamente aquilo que eu queria esconder. as vezes meu exagero de viver me sufoca, as vezes me salva. na maioria das vezes não sei o que quero, mas conheço a minha vontade e deixo-a seguir ou a impeço, porque querer é muito diferente de sentir que quer. sempre que eu lembro do passado, fico feliz, sempre que eu penso no futuro também, mas sempre que eu penso no presente, o perco. estou a procura daquilo que escapa, mas que dura mais, daquilo que está escondido mas que todos podem tentar ver, daquilo que é o que é mais meu do que qualquer outra coisa, mas foi sufocado pelos extratos da vida. gosto do gosto de gostar de alguma coisa e de alguém, gosto de as vezes gostar um pouco de mim.

22 junho 2008

mas sozinho

mesmo que eu tente fazer tudo melhor, mesmo que eu tente ser cada dia muito melhor, mesmo que eu tente fazer tudo, em cada pedacinho de mim cada vez melhor, de nada adianta, porque em mim há coisas indissolúveis e insolucionáveis. Não sei ser eu sozinho, sou eu e muitos, principalmente aqueles que mais amo e tanto que por eles sofro, sofro muito. Mas sozinho.

19 junho 2008

sobre a arte

Sempre que se pretende fazer uma análise da obra de Duchamp se tem uma tendência a fazer de maneira reducionista, simplista, ou que use de lugares comuns, entretanto o que para nós é necessário é que se observe atentamente como que nele estão em jogo tantos os elementos da arte em si, autônoma e com seus meios de forma, conteúdo, matéria e conceito como também um pensamento complexo sobre a história da arte e uma visão crítica, irônica e argumentativa sobre ela.

É comum se pensar que há sobre a arte um problema, aje sobre ela sistemas tecnógicos ou um sistema de mercado, de consumo, que de certa forma, complicam uma definição e posicionamente da arte no séc. XX. Seria impossível que discordássemos dessa visão, mas tendemos a dizer, com muita cautela ainda de que não é só a arte sobre problemas externos em relação a ela, pois achamos que em certa medida, como diria Gerald Thomas: “a arte é o problema”.

Se levarmos em conta esse visão de que a arte é um problema e de que talvez, ela sempre ocupou um lugar não muito sossegado nas sociedades, e que não foi a sociedade que tenha criado super problemas para a arte, ou seja, se levarmos em conta de que a arte, enquanto objeto de interesse “desinteressado” como diria Kant, ou até como “função social” esvaziada, como diria Hegel, possui em si, para si e em relação a si todos os problemas que podem e devem ser resolvidos internamente e não se mudando o ambiente externo do mundo, das forças sociais agentes para salvar a arte. Arte como problema pode ser uma saída, arte sofrendo problemas não.

17 junho 2008

justus, deus e eu


















Vindo para casa vi numa pichação: "confie em Deus porque ele é justo." Logo ao lado, havia um outdoor desse sujeito aí, então contemplativamente pensei eu: "confiemos em Justus porque ele é Deus?"

12 junho 2008

namoro

namoro é tão bom quanto trágico, quanto mais cresce mais acaba, quanto mais fica eterno, mais necessário se torna o fim, quanto mais romeu e julieta, mais eles se matam, quanto mais dá sono, mais a gente não dorme. quanto mais feliz, mais infeliz e isso, na verdade, é muito bom, muito muito bom, mas não tem nenhuma solução.

10 junho 2008

só por isso

quanto há entre o que penso e o que faço?
pulo e passo.
por isso me arrependo do que escrevo,
por isso tão pessoal e universal.

por isso ainda tenho companhia...
só por isso.

09 junho 2008

sinceridade

tudo que eu falo sai da minha boca, nada sai de mim. tudo que eu falo é tudo que eu quero tranformar em verbo e com isso movimentar as coisas do mundo, o que eu calo é o que eu não pretendo interferir. sempre que eu falo, invento uma forma e um pesamento em mim e no outro e a melhor e mais cruel forma de de formar e pensamentar é passando a bola, é falando um pouco e deixando o outro completar, no mesmo esquema palavras cruzadas ou fill in blank, e é nisso que o outro se perde, no que eu comecei a dizer mas fingi não saber onde ia dar. a diferença é que eu gosto mesmo é do amor, do amar inventado, sério, bobo, irônico, engraçado, mas amor, e nele sempre tem e terá a simplicidade da sinceridade, e é só nisso que salvo a mim e a meus outros.

05 junho 2008

fragmentos

tão pessoal mas tão universal que às vezes pareço com todos e às vezes não tenho nada a ver com ninguém.

certa hora da noite

Vai-se chegando a uma certa hora da noite e cada vez mais há menos o que se fazer, há menos lugares para se esconder e há menos máscaras. Vai-se chegando a uma certa hora da noite, alta madrugada, que se começa a encontrar uma coisa bem sutil, uma das mais bonitas que existem, que é uma complacência com a vida, com o mundo, com as pessoas, é uma hora em que se perdoa tudo, as fraquezas, tristezas e principalmente os gestos mal feitos. Há pouco tempo, cheguei até a janela e me sentei por ali, olhando para as outras janelas, pouco vi, olhei para o céu, pela fresta dele que me sobra e contei estrelas, eram umas três, depois com mais atenção vi mais duas, essa situação solitária de ver o céu foi efêmera e bonita, mas passou e me senti obrigado a sair de lá e fechar a janela, fechei mas não aguentei o silêncio, tossi uma vez e voltei para cá. Vai-se chegando a uma certa hora da noite e nela eu descanso, encontro um cadinho de paz, que passa rápido, mas que sem esses minutos não valeria muito a pena estar por aqui.

03 junho 2008

sonho

cara...tive um sonho mt bizarro
sonhei q fui ao cinema no estação paissandu
dai entraram uns caras e começaram assaltar lá
só q eu tinha ido ao banheiro, qd voltei tava rolando o assalto já...
eles tentaram me assaltar, mas eu nem tinha nada
eu sentei de novo pra ver o filme, mas cortaram a transmissão
eu saí e falei pro segurança prender eles, e eles falaram q não podiam lá dentro, pq tinha mt gente e poderia ferir alguem
dai eu saí, mas percebi q tava sendo perseguido por um cara, qd na porta tinha um policial lavando carro.
dai eu botei a mão no ombro dele e falei: "amigo', ele virou, machucado no rosto, e falou: "calma...o q houve?"
e o q tava atrás de mim apontou a arma e mostrou o distintivo de policial também.
eu contei o q tava acontecendo e ele falou: "vou lá já"
e me deixaram sozinho, eu vim andando pra casa, com a sensação de estar sendo seguido
dai acordei.

01 junho 2008

nada é preciso.

É sempre diferente aquilo que é intenso
Mas é sempre tão sem importância
Quanta distância
Quanta discrepância
Quanta ânsia
É preciso entender?
É preciso enfrentar?
Nada.

Quando mais se passa mundo a dentro
Mais se esquece de si por fora
E tanta potência
Inteligência
E indecência
É preciso viver?
É preciso mudar?
Nada.

E se somam os dissabores, os cantos, os copos
O tamanho do abismo da vida pelo sábados
Mas somente os sapatos, sempre gastos
Inundados de frio, de tédio, de dor, de merda, de fome
De tudo que é possível sobrar.
E depois disso,
É preciso chorar?
É preciso voltar?
Nada.
Nunca.
Nada é preciso.

deixar

Eu estou meio cansado sei lá, cansado de uma coisa que eu sinto e não entendo É tipo uma angústia que não se afasta, pelo contrário, se renova a toda semana de maneira diferente. Nem sempre pode estar bom, ou tudo bem, mas eu já estou cansado desse jeito de estar Não sei não...não sei onde vai dar.