28 dezembro 2008

fim do ano - com o house

Está chegando o final do ano e sempre vem aquela necessidade de fazer um balanço geral (com Wagner Montes) do que ficou, do que mudou e do que ficará e do que mudará para ano que vem. Para falar a verdade, 2008 foi interessante porque cheguei numa idade em que as coisas começam a mudar mais lentamente, mas isso não importa, porque não tenho nada considerável para dizer assim no sentido amplo, por isso resolvi fazer alguns posts separados. Nesse vou falar do House, uma boa descoberta e depois eu falo dos outros se ainda conseguir, já que são 2:56 da manhã.

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Eu sempre quis estar certo. Ok, mentira, nunca quis estar certo porque sempre percebi quanta responsabilidade tinha nisso, mas sei que eu sempre quis fazer o certo, ser o mais justo possível, estar do lado de quem precisa mais. Por isso sempre fui mais amigo das empregadas, dos pobres, dos nerds, porque na minoria eles aprenderam a humildade e a capacidade de sorrir até das coisas menos valiosas, e assim, aprenderam outros valores mais simples.
Sempre achei que sendo assim eu seria cada vez melhor, cada vez um ser humano mais capaz de propiciar coisas boas ao mundo e trazer felicidade para quem está perto, de fazer sorrir quem precisa e fazer quem não precisa sorrir entender o peso que o sorriso tem para alguns.
Daí chegou o House e me mostrou a brutalidade que está em fazer o certo, mostrou o quão pode ser violento o bem acima de qualquer coisa, mostrou que o preço que se paga por ser assim é muito alto, pois a maioria das pessoas está absolutamente apta e até aceitando a mentira como forma de viver, aceitando o erro, o mais ou menos, a pior possibilidade como maneira de alegrias momentâneas, provisórias e até aleatórias, pois não fazem parte de uma cadeia de vida, são simplesmente atitudes de curta validade, por isso existe tanta crença em deus, em namorados ruins, em pequenas viagens, cachaçadas em boates caríssimas.
Veio o House e me mostrou que ter caráter é afastar pessoas, porque é perder a capacidade de ser flexível. Eu ainda não sou capaz de fazer tal qual ele, nem nunca serei porque ele é um personagem, mas conhece-lo e rir dele e com ele em 2008 foi um grande prazer.

27 dezembro 2008

o que falta

sempre imaginei que quando soubesse do que agora sei, tudo mudaria e muito eu teria a escrever, pois estava errado, nada mudou e não quero dizer nada. Apesar disso percebi que quando entro de férias algo em mim fica faltando, tentando pensar porque cheguei a conclusão de que algumas coisas faltam, mas a principal delas é ver o flamengo em campo. Que ano que vem chegue logo para eu ver o meu time jogar.

amar direito

eu estou sempre tão certo, mas tão certo, que isso às vezes parece prepotência. Eu aceito esporros sem dizer nada, aceito calúnias sem dizer nada e quando me batem viro o outro lado, apesar de ser ateu às vezes me finjo de jesus, o pior é q vem o tempo e me prova que eu estou certo, mas se tem uma coisa que aprendi nessa vida é que o tempo está certo e como sou amigo dele e como sei que ele vem para mim, pois quando me livro de algo que sei que volta é só esperar, fico na minha, respiro fundo, tranquilo e sei que amor que é amor é raro e eu tenho o meu sem fazer segredo, já quem ama com segredos que passe a vida sem amar direito.

25 dezembro 2008

eu, o natal e o movimento das moléculas

Acho que nada existe uma só vez, a reicidência se faz necessária para comprovação do que único se faz somente impressão e caso não haja a repetição é que o fato não era tão importante assim para o mundo. Só essa constatação merece um post e é capaz que eu o repita não para entende melhor, simplesmente para instaurar a regra que eu mesmo acabei de criar.
Sempre quando minha mãe me acordava para ir a escola ela o fazia igual: abria a porta da cozinha e vinha até meu quarto cuja porta era aberta com todo cuidado para me acordar com gentileza, entretanto eu quase na totalidade das vezes acordava quando ela ainda não havia chegado a encostar na porta, eu acordava antes, alguns segundos antes e isso na minha cabeça sempre funcionou como uma aproximação do movimento de moléculas. Era como se para dormir eu precisasse de uma regularidade das moléculas do mundo, como se elas precisassem estar em equilíbrio, e assim que minha mãe ia chegando perto, tudo se desorganizava e meu organismo me acordava, já sabendo bem mais de tudo que eu.
Depois o mundo sempre me deixou essa impressão molecular, de movimento, quando a chuva vem, antes algumas moléculas avisam, quando o ônibus está chegando alguma reação molecular me alerta. Acho que basta estar atento a ela que assim poderemos ter uma intuição maior, uma percepção mais gentil e mais acalentadora das coisas, por isso que o natal para mim sempre é mágico, porque há moléculas em movimento no mundo de pessoas com esperança, com fé e mesmo que isso na prática se mostre com uma candura excessiva e desconfiável, até ingenuamente falsa e breve demais para ser real (ou seja, não passa pela repetição que disse lá em cima) creio que nesse dia é tudo sincero. Assim, as comidas, as conversas, os vinhos, até a coca-cola se torna diferente, melhor, e por isso que quero no futuro uma família grande com muitos filhos para que meu natal seja sempre cheio de movimentos de moléculas, que no fundo, talvez seja o meu jeito de acreditar em deus.

22 dezembro 2008

bentinho

Não posso dizer que estive feliz por toda minha adolescência, naquela época ainda não havia pensado que havia felicidade e infelicidade, apenas deixava-me sentir o que as coisas tinham a me fazer sentir, principalmente quando se tratava de capitu. Quando ela chorava, quem chorava mais era eu quase sem chorar. Quando ela ficava doente, eu adoecia pior do que quando era comigo. No entanto, para mim aquele era o pior momento, ela chorava e adoecia do coração por minha causa, pois por mais que minha promessa de retornar fosse sincera e verdadeira já que mamãe não me deixaria ir para sempre, eu não poderia ajuda-la, muito menos estar perto para acompanhar sua dor. Então eu entrei no carro e fui, da janela via nos olhos de ressaca dela uma lágrima a escorrer. O olhar era fixo o mesmo de sempre, mas as sobrancelhas franziam-se mostrando a dor que a lágrima provava.
Era em capitu que eu mantinha minhas vontades, meus desejos e meus sorrisos. Para mim, longe dela tudo e qualquer coisa eram iguais e embora pudesse não haver sofrimento, jamais poderia haver sentido, tempero, jamais haveria para mim aquilo que digo que é a vida. A vida que eu tinha.

17 dezembro 2008

uma concha

E eu comecei a pensar de onde vinha a infelicidade, mais que isso, de onde vinha essa angústia que não estava aqui, mas que me toma sempre que em algum momento eu resolvo me libertar, ou resolvo ser para o mundo o que eu gostaria que ele fosse para ele mesmo. Pensei, e pensando não consegui chegar em nenhum ponto, só consegui pensar na solução que era arrumar milhões de coisas para fazer durante o dia e assim poder esquecer aquilo que mais me importa. E sobre a angústia, a única coisa que me veio foi que eu acumulo sentimentos, acumulo coisas boas, acumulo sensações e gosto de revive-las sempre que possível, gosto de mostrar ao mundo o bom dele e assim desacumular, desperdiçar um pouco disso tudo sempre a partir dessas coisas que sinto, e cada vez mais percebo que não posso, se acumular eu fico assim pesado, se eu distribuir o mundo se volta contra a mim e se vinga. Percebo então que talvez o único caminho seja ser completamente interior, cada vez menos do lado de lá, do lado objetivo da vida, cada vez mais dentro de mim, como uma concha.

14 dezembro 2008

bola dividida

>"Só que eu não vou em bola dividida" Luiz Ayrão




Assim que essa música chegou até mim, quase nada mudou, praticamente sou o mesmo e o mundo também. Interessante perceber que mais que uma frase, isso está cada vez mais se tornando uma filosofia de vida. Primeiro digo o que é bola dividida: está o jogador A e o jogador B na mesma distância da bola, ambos de frente devem correr até ela e chegando juntos fincarem o pé nela até que alguém saia com ela dominada.
Pode-se fazer isso de vários jeitos, um deles é tentar chegar um pouco antes com o bico da chuteira e dar um toquinho para o lado tentando o drible, dá pra ficar na defensiva esperando o toquinho do outro e só tentar parar a bola, e se pode chegar rasgando chutando bola, chutando pé, chutando tudo que estiver pela frente.
Eu, pelo porte físico, pelo risco e pelo pouco aproveitamento desse tipo de jogada, sempre evitei entrar em dividida, porque para mim futebol é ataque, é passe bonito, enfiada e gol. Dividida é a parte feia, é a parte do sufoco, da marcação pesada e esse tipo de jogo por mais que quase sempre seja vencedor, acaba sendo um futebol feio e isso é o que menos me interessa.
Agora pegue isso e passe para todos os lados da vida, é isso que tenho feito, até agora não sei o que é a bola, o que é o jogador e cada coisa que expliquei. Na verdade, nada está muito certo na minha cabeça, fiz somente uma metáfora, e vocês façam com ela o que quiserem.

house clapton

13 dezembro 2008

parábola

Se pela imensa cortina que é a noite não passa o tempo e não passam os conflitos que duram pouco mais que alguns momentos, talvez seja por medo, ou por feroz intento, que vira agora meu pedido um lamento e minhas palavras, sentimentos. Nessa noite que transborda mais que devia, que enerva mais que alivia, que maltrata mais que propicia, que se dão os melhores segundos daquilo que diria ser meu, que diria ser parte dessa fábula, dessa imensa parábola chamada vida.

- Ela já deve estar chegando, vai logo comprar o pão.

- Mas se ela já está chegando, como vou comprar o pão?

- Corre, que você ainda chega antes dela.

- Ela vai estar cansada, de viagem, nem deve querer comer, e além do mais, seria muito chato encontra-la no elevador. Ela nem deve me reconhecer mais.

- Como não? É sua sobrinha, é mais fácil você não lembrar dela.

- Vai que ela não gosta de pão?

Quem não gosta de pão, não merece ficar na minha casa.

09 dezembro 2008

house.



House está no terraço sentado no parapeito, gira a bengala e olha para o horizonte. Cuddy entra apressada e com cara de não estar satisfeita.

- Você não deveria estar cuidando de seu paciente?
- Cuido dele daqui.
- Mas como?
- Ficando longe dele, quanto mais longe dele, mas eu sei.
- Fazia tempo que você não vinha aqui, quando vi que subia, resolvi vir atrás.

Ele desce, abre a porta, ameaça a sair mas se volta.

- É o que você faz. Sempre atrás de mim. E o decote está cada vez maior.
- Esse era um lugar especial para você. Eu sei...eu lembro.
- Pena que você estraga vindo toda vez que eu venho.

Ele sai, ela olha para o horizonte que ele olhava, não vê nada, vai sair também, atrás da porta está House com a bengala no caminho. Cuddy tropeça e rola a escada, parece não se machucar. House com esforço pula sobre ela rindo.

- Você sempre esteve caidinha por mim.

08 dezembro 2008

parabéns ao vasco



Venho por meio desta desejar meus parabéns ao Clube de Regatas vasco da gama, clube que dá tantas alegrias à algumas torcidas cariocas, clube que foi regido por 15 anos por um dos maiores mitos da política brasileira, que tem um dos maiores cobradores de penalti encerrando a carreira em seu elenco e clube que tem um presidente que é o segundo melhor jogador da década de 80 carioca!
E isso não é pouca coisa, e deve ser comemorado, principalmente numa segunda!

07 dezembro 2008

longo caminho

Sabe, Lóri, e isso Ulisses dizia com toda a candura do mundo, porque os ciúmes dele eram só combustível para melhorarem os sentimentos, sabe que você ao descobrir o prazer, vai junto com ele descobrir a desproteção, descobrir o sofrimento, descobrir a paixão, e paixão Lóri é o caminho do sofrimento, por isso o nome "paixão de Cristo". E meu medo é que nesse caminho você comece a achar que o prazer, que a liberdade, que a ruptura é ruim, e assim se torne como todos os outros. Meu medo é imaginar que você esqueça que tudo não passa de iluminuras, de lapsos, que esqueça que a felicidade é uma pulsão de prazer e não se compra com clichês, que só o tempo é capaz de trazer o prazer que vem da alma, de dentro, que é um prazer que você vai descobrir só como seu, e não algo que outro pode forjar, e é nesse caminho, Lóri, que provavelmente vou me perder de você, porque minha paciência não significa sentimento, no fundo significa fé em você, e sei que quando ela se for é porque você foi também. E não restará absolutamente nada, nem uma história pra contar.
Lóri não disse nada porque não conseguiu entender muito bem, mas sentiu no fundo da alma o risco que corria, deitou-se na cama, olhou para Ulisses, depois para a janela e vendo uma árvore,começou a pensar como aqueles galhos pareciam tão precisos. Sorriu e teve medo de si.

Luiz Antonio Ribeiro

06 dezembro 2008

o maior amor do mundo

o maior amor do mundo é aquele que você sabe que é pra sempre, e sabendo disso tenta amar pra sempre e cara vez que tenta mata um pouco esse amor. É como se tentássemos segurar todo o amor do mundo em um segundo, daí ele escapa, e vai embora, sobrando raiva, brigas, discussões, problemas e tudo que vem de ruim. O maior amor do mundo deve voar, deve flutuar, deve ser pluma, mais que neve deve gelar, deve mudar a rotação da lua. O maior amor do mundo é aprender que nenhum amor aguenta tudo, é fazer seu amor melhor e cada dia mais calmo e mais solitário, cada dia mais seu, e por isso cada dia mais amor. Quem ama mais, peca e estraga o amor, quem ama menos perde a coisa mais linda da vida. Se você quer estragar a sua entregando amor pra cada buraco que aparecer, faça, eu preciso guardar o meu pra casos raros, onde haja realmente amor, onde ele possa ser pra sempre o maior amor do mundo.

e o mundo

Estou escrevendo bêbado, bem bêbado, tanto que num consigo muito bem digitar. Falo para quem vem me ler, não me importo com o que você está pensando, porque provavelmente é merda, e não faz tanto sentido assim, importa a capacidade que você tem de fazer ter sentido o que você está sentindo. Importa perceber que vai estar sempre tudo do jeito que a gente quer, e pior, do jeito que a gente planejou, perto e longe. Cada um fugindo do outro, mas quando rolar uma conversa, sair faísca de um jeito inexplicável. Por isso que o mundo hoje, e desde que eu me lembro se resumiu na gente, eu e você, eu, você e o mundo.