O carnaval é pra mim uma das coisas mais difíceis de se falar, porque costumo falar de sutilezas e nada ali é sutil, muito pelo contrário, é brutal, é exagerado, é câmara de gás, calor, suor, som e sol no último nível. A sensação que eu tenho é que todos vivem pensando que se o ano todo fosse assim, elas seriam felizes, então elas se fazem felizes, se tornam felizes. Quem sabe a felicidade não seja apenas uma questão de ultrapassar uma linha tênue entre o que se é e o que se pode ser, ou o que pontencialmente já se é, mas que não se vive?
Eu no carnaval não testo meus limites, eu ultrapasso todos logo. Transbordo. Testar limites é meio que os por a prova e não há o que se ser provado no carnaval, a não a cerveja ou o novo passo de dança. Testar é por em cheque, carnaval é o oposto disso, é esquecer os jogos, o cheque e o choque e é preciso força, muita força pra aguentar a barra, principalmente que chega uma hora que vem tudo cobrar a gente, primeiro porque não podemos ser assim, depois porque achamos que não deveríamos ter sido assim e por fim porque percebemos que somos tão assim e que sendo como se é, nesse estado, geralmente muitas coisas dão errado.
Meu carnaval foi tão feliz que eu resolvi filosofar seriamente, porque contar sobre ele é uma coisa que deve ser evitada.
3 comentários:
e fazer aniversário no carnaval potencializa tudo isso.
é só um comentário bobo, mas acho que você entende; você estava lá.
Cara, dá pra fazer um vídeo com isso. Imagine a comparação: Carnaval-Câmara de Gás. Genial.
genial
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