15 janeiro 2010

conhecimento e amizade

Cheguei a conclusão simples de que não sei quase nada na minha vida e percebi que isso faz parte até da minha maneira de encarar a sociedade, a política, a religião e quase tudo que se possa proferir opiniões, ou criar idéias, ou sei lá, qualquer coisa que se prententa.
Percebi que tudo que a gente quer saber a gente tem que controlar, dominar, como se o conhecimento fosse um cavalo arredio, ou gato arisco, ou um balão que no menor descuido se afastasse da gente e tomasse um rumo aleatório. O conhecimento ou a sabedoria seria essa âncora, esse arreio, que segurasse o pensamento, que o prende e o coloca numa jaula para exibição e a partir dali qualquer reflexão serve para reiterar e aumentar esse conhecimento.
Então cheguei a conclusão, assim, ao refletir sobre uma discussão de que meus argumentos podem parecer inconsistentes justamente porque sou incapaz de amarrar o que eu conheço, e acho que o que se sabe não deve ser amarrado, e sim deixado livre, como uma escultura fora do molde, como pássaro criado solto. A sabedoria deixada solta ganha movimento, ganha amplitude, ganha experiência, ganha riqueza, enquanto que o encarceiramento dela ganha excesso de rebuscamento e falta de nitidez, simplicidade e humildade. Porque tudo que se conhece deve ser humilde e ingênuo, qualquer coisa fora disso pode e é bastante perigoso.
Resolvi falar tudo isso depois de pensar sobre a amizade e percebi que meus grandes amigos são assim, soltos, porque não sei muito bem o que é amizade, até porque pra realmente saber deveria ter controle dela e isso é algo, que como o conhecimento acaba tirando a gente daquilo que a gente mesmo precisa pra ser feliz.

(escrevi isso depois de muitas cervejas e temo não ter sito claro)

Um comentário:

Ferreira, Lai disse...

Então me levanto de uma vez e aplaudo, sorrindo, é claro.

Engraçado que talvez a cerveja só te faça meio formal.